Adesão ao Ensino a Distância é forte

14/06/2011 - 12:03:35

Falta de tempo ou o caos do trânsito não é mais desculpa para quem quer aprimorar o estudo ou aprofundar a qualificação. De 2000 para cá, a chamada EAD (educação à distância) cresceu 45 mil% em números de alunos no Brasil. Segundo dados do MEC (Ministério da Educação), em 2007, eram 800 mil alunos matriculados no País. O número saltou para 3 milhões em apenas três anos.

Apesar do avanço numérico indiscutível, muita gente no mercado de trabalho ainda torce o nariz ou fica com o pé atrás quando o dono do diploma conta que usou a nova modalidade de ensino. Para os desavisados, no entanto, é bom lembrar que o decreto 5622/05 dá garantias sobre a validade do EAD. “Os diplomas e certificados de cursos e programas à distância, expedidos por instituições credenciadas e registradas na forma da lei, terão validade nacional”, diz o artigo 5º. “Existem sim preconceito e barreira, mas à medida que o aluno começa a mostrar resultados isso muda”, diz Adriana Barroso de Azevedo, coordenadora do Núcleo de EAD da Umesp (Universidade Metodista de São Paulo). Segundo Adriana, alguns editais de concursos que não previam o ingresso desses formados foram suspensos. A coordenadora cita que, atualmente, os cursos de EAD são mais fiscalizados pelo MEC do que os presenciais, e, por isso, a qualidade é seguida à risca.

Para quem mora longe de uma universidade ou não pode ir à aula todos os dias, a educação à distância pode ser ideal. Em 2000, 13 cursos superiores reuniam 1.758 alunos. Atualmente existem cerca de 1,8 mil cursos de graduação e pós-graduação lato sensu com mais de 800 mil alunos matriculados, segundo a Abed (Associação Brasileira de Educação à Distância).

A modalidade de ensino usa ambientes virtuais, chats, fóruns e e-mails para unir professores e turmas. As experiências com o método começaram no início do século 20, com cursos profissionalizantes por carta, rádio e, mais tarde, pela TV. Só com a Internet e a banda larga se tornaram viáveis na graduação e pós-graduação.

Dicas
O documento Referências de Qualidades para a Educação Superior à Distância, do Ministério da Educação, indica o que é preciso saber antes de se matricular. Entre as dicas estão verificar os métodos de ensino da universidade; tecnologias usadas; tipos de material didático utilizado; de interação disponíveis, tempo que o tutor leva para responder às dúvidas, entre outras.

Outra medida é verificar se a instituição está credenciada, se é reconhecida e se já foi fiscalizada. Para isso, basta pesquisar no site siead.mec.gov.br que traz as instituições com graduação e pós-graduação lato sensu à distância. Além disso, as próprias redes sociais são um termômetro com opiniões e discussões sobre os cursos.

No ABC, a Metodista é a única credenciada a oferecer cursos. Existem, no entanto, alguns polos de centros educacionais do Paraná, Mato Grosso do Sul e Rio de Janeiro que estão na região. Para muitos, além da flexibilidade de agenda, o EAD é atraente no bolso. Os cursos, em média, são 30% mais econômicos do que os presenciais.

Comprometimento
Adriana Barroso de Azevedo destaca que, apesar da flexibilidade no planejamento do estudo, o aluno não pode deixar para pensar no EAD só na aula presencial, normalmente uma vez por semana. “O maior desafio é o comprometimento em entender o processo.

Depende da sistemática do estudo e do trabalho.Temos alguns encontros presenciais, mas não pode se limitar a isso. A produção é individual e a dinâmica é diferente”, destaca. No EAD, diz, o aluno que é afetivo e mais desenvolvido por meio das atividades em grupo tem certa dificuldade, pois a maioria das tarefas é desenvolvida individualmente. Porém, segundo Adriana, o próprio perfil do aluno contribui para esse comprometimento. “O aluno que procura esse tipo de ensino busca melhoria de formação ou até mesmo uma segunda faculdade. Por isso, são mais adultos, trabalhadores, casados e que procuram cursos que permitam flexibilidade de horário e locomoção”, explica.

Dá para conciliar tudo, diz corretor

Foi pela falta de tempo que Borges resolveu ingressar no EAD. Um amigo que sabia da sua ansiedade em ter um curso superior o indicou a opção. Assim, emValter Borges (foto), 38 anos, casado e pai de dois filhos, de três e oito anos, conta que é possível conciliar trabalho, estudo e família. Corretor de seguros, habilitado desde 1992, é professor de Sociologia, no ensino médio da rede pública estadual e, ainda, edita um jornal bimestral.

1996 Borges ingressou na primeira turma do EAD de Teologia da UMESP. “Com a flexibilidade do EAD, que não compromete a qualidade do ensino, consigo encaixar os horários sem afetar meu relacionamento com a família e o trabalho”, afirma.

O corretor destaca que, mesmo sem a presença física na sala de aula – que ocorre uma vez por semana – é necessário cumprir atividades curriculares (leitura, análise de textos, vídeos, resenhas, pesquisas e laudas de textos), que segundo o planejamento somam aproximadamente 20 horas semanais extraclasse.

Atualmente, Valter cursa a segunda faculdade. Gostou tanto do EAD em Teologia que agora faz EAD na área de Ciências Sociais. “Isso já me permitiu ser selecionado no Processo Simplificado para Professores do Estado, concurso feito ano passado”, reforça. E não para por aí. Valter ainda quer fazer EAD voltado à Filosofia, além de ingressar no mestrado em Educação. Para quem quer seguir o exemplo, ele dá a receita. “É preciso muita disciplina, pois a facilidade de estar em casa, estudando, pode fazer a pessoa se acomodar e não entregar os trabalhos no prazo. Porém, a cada trabalho são exigidas mais pesquisa e leitura, o que nos capacita a fazer textos cada vez melhores”, conclui.

Fonte: www.reporterdiario.com.br
 

 
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